Quarta-feira, 3 de Setembro de 2008

Obama ou McCain? Emoções ao Rubro na Terra do Tio Sam

 

Ora viva. Estamos de volta. Directo à Questão.
            Os Estados Unidos da América vão a votos em Novembro. É o culminar de todo um ano de intensidade política, mas também de enorme espectáculo e de grande exposição mediática. Apetece dizer… É disto que os americanos gostam. Nesta fase, que vivem com uma emoção incomparável à escala planetária, os americanos redescobrem as suas grandezas mas também os seus defeitos. E mostram ao resto do mundo que o país dos sonhos tem tanto de magia como de ilusão. Apesar do complexo sistema de eleição dos delegados e super-delegados de cada partido e da estranha dinâmica de voto em cada Estado, convenhamos que a eleição presidencial norte-americana se trata efectivamente de um processo emotivo, cheio de espectacularidade e com uma dinâmica invejável.
Com toda a pompa e circunstância, Barack Obama foi oficialmente aclamado como candidato à Casa Branca no último dia da Convenção Democrata, que juntou mais de 75 mil apoiantes reunidos no Estado do Colorado. Parece que ninguém tem dúvidas que ele será o futuro Presidente dos Estados Unidos da América. Ou será que há motivos para recearmos outro desfecho que não esse?
Nos últimos dias, surgiu a mais dinâmica e inesperada novidade do lado republicano. Sarah Palin, ex-Miss, Governadora do Alasca há dois anos, evangélica de 44 anos, assumidamente pró-armas e pró-petróleo, é a escolhida por McCain para a vice-presidência. Surpresa? Talvez não. Estratégia? Claro que sim.
Enquanto mulher, Sarah Palin faz um evidente piscar de olho a todo o eleitorado democrata que votou em Hillary Clinton e surge relutante em apostar em Obama. Em face da sua idade e do global desconhecimento da sua carreira, Sarah Palin surge como rosto da necessária mudança e renovação, aspecto em que os 72 anos de McCain não parecem ajudar muito.
Mas é na religião, área em que o eleitorado americano é tão sensível, que reside o busílis da questão. É aqui que os republicanos prometem ganhar votos decisivos. Depois de John McCain ter alcançado, segundo as sondagens, o apoio dos protestantes evangélicos, Sarah Palin tem um percurso particularmente apelativo para o eleitorado católico conservador. Assumidamente anti-aborto, é mãe de cinco filhos, assume a importância dos valores familiares e do equilíbrio entre carreira e família, e a cereja no topo do bolo é ter optado por ter tido o filho mais novo sabendo que ia nascer com Síndrome de Down.
            Podemos facilmente criticar a escolha de Palin pela sua falta de currículo, pela sua inclusão pelo simples facto de ser mulher, pelo seu excessivo conservadorismo ou mesmo pela sua postura face ao poderoso lobby pró-armas. Mas os americanos é que votam. Segundo um estudo recente, se os europeus votassem, Obama tinha mais de 90% das intenções de voto. No entanto, algumas sondagens nos Estados Unidos, chegam a dar a vitória a McCain.
Mas os americanos é que votam. Sim, os americanos conservadores e avessos à mudança. Os americanos que temem pela sua segurança e não querem, de modo algum, perder a sua posição de hegemonia à escala mundial. Enfim, os americanos pródigos em deixar o resto do mundo à beira de um ataque de nervos.
Como refere Miguel Monjardino no Jornal Expresso desta semana, “De quatro em quatro anos, os europeus têm durante o Verão um sonho americano. Durante este agradável sonho, os americanos elegem um presidente sofisticado, intelectual, progressista, educado nas melhores universidades do país, eloquente, curioso em relação às mais recentes políticas públicas e ao que se passa no estrangeiro. Nessas abençoadas semanas, os europeus acordam optimistas em relação ao futuro do Velho e Novo Continente.
O problema é que a seguir vem o Outono. E com o Outono vem o choque e o pavor. O presidente ardentemente desejado no Velho Continente perde para um candidato conservador, anti-intelectual, céptico em relação ao papel do governo federal, adepto do mercado, retrógrado em questões sociais, religiosas e judiciais, partidário da pena de morte e apologista das virtudes do poder militar Americano.”
Será que o cenário volta a repetir-se este ano? Seguem-se os dois mais intensos meses de uma campanha presidencial como só os americanos nos sabem proporcionar. No próximo dia 4 de Novembro, descobriremos quem ri por último nesta história.
Até para a semana. Directo à Questão.
publicado por Ricardo às 10:18
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